Para os seus habitantes, a presença do mar em todo o seu entorno traz características muito marcantes não só na dinâmica de suas vidas, mas no próprio cotidiano. Isto pode ser visto na prática de esportes náuticos, nos passeios de barco, na pesca, no cultivo de ostras; de onde decorre uma série de influências: na cultura, no folclore, nos mitos e lendas, no sotaque e no dialeto particular da cidade (popularmente conhecido como Manezinho da Ilha), na arquitetura, na religiosidade, na preservação do meio ambiente, na gastronomia, na simplicidade e no calor humano do povo, nos hábitos e costumes, na moda... no jeito de ser das pessoas que aqui estão.
     Mas mesmo com todo o desenvolvimento alcançado nas últimas décadas, a Ilha de Santa Catarina ainda guarda também, muito do seu patrimônio histórico e cultural. Um patrimônio que é fruto da força e da persistência, do trabalho, das mãos e do suor daqueles que aqui ainda estão, e daqueles que por aqui já passaram. É sob este ponto de vista que desenvolvi a exposição: Algures na Ilha de Santa Catarina. E o trabalho deu-se pelo caminhar por entre magníficos espaços: em alguma parte, em algum lugar... ao encontro de situações, paisagens, objetos, elementos e encantos que resultassem nas mais representativas composições: e que perfazem o meu olhar sobre a forma singular da vida neste contexto.
     Resultado de um trabalho fotográfico de mais de cinco anos, esta seleção de imagens, que é apresentada no mês em que se comemora mais um aniversário de Florianópolis, configura-se em uma pequena retribuição à cidade Capital do Estado de Santa Catarina; cidade que retornei aos meus 17 anos, onde moro há 38 anos, e onde fica a Ilha onde eu nasci.